Jean François Lepetit, diretor nacional das Aldeias de Crianças SOS Madagáscar, e Jean Pierre Tombozandry, diretor regional das Aldeias de Crianças SOS Madagáscar na área de Androy, falam sobre a atual crise humanitária que se está a viver na ilha:
“Normalmente, as Aldeias de Crianças SOS Madagáscar oferecem serviços básicos de saúde e educação para as famílias, tentando não desenvolver muita dependência, porque não queremos que essas pessoas vivam na base da pena. Queremos que elas recebam os seus salários e tenham orgulho delas mesmas. Portanto, em vez de entregarmos apenas bens essenciais, pagamos-lhes pelo seu trabalho comunitário, para que possam comprar a sua própria comida. Em geral, o nosso objetivo é que essas famílias se tornem economicamente autossuficientes.
Mas agora, nesta situação terrível, não há esperança de autossuficiência. Estamos a trabalhar em Ajuda de Emergência. Neste momento, antes de mais nada, temos que salvar vidas.
Para nós (Aldeias de Crianças SOS), é importante
apoiar o desenvolvimento sustentável.
Isso significa que não vamos para uma região distribuir comida de graça e depois de algum tempo vamos embora. Não somos apenas um colaborador humanitário lá, também fazemos parte da comunidade. Começámos o nosso trabalho no sul de Madagáscar em 2011, por causa de uma seca e ainda estamos lá, não deixámos essas pessoas. Os nossos colaboradores são pessoas da comunidade que trabalham para a comunidade. Eles não serão capazes de esquecer essas pessoas porque são eles próprios essas pessoas.
Nas Aldeias de Crianças SOS queremos que as crianças mais vulneráveis tenham uma vida boa e sustentável. Como é que isso é possível quando a sua própria vida está em risco? Temos que mudar a nossa maneira de viver - no sul de Madagáscar e em todo o lado. Devemos unir-nos porque a solidariedade significa ter vínculos sólidos, que são mais necessários que nunca.”
* O nome foi alterado para proteger a privacidade.
* Texto e fotos de Sammy Rabenirainy.
* Entrevista por Leonie Foessel.