"24 de fevereiro, o dia em que a guerra começou, foi um choque", diz Hanna, amiga de Viktoria. "Ninguém espera acordar, pegar no que puder, levar os seus filhos e sair sem saber quando voltará. Esse choque inicial passou, mas o medo e a incerteza permanecem".
"Todas temos os nossos maridos na Ucrânia", diz Viktoria. "Os nossos pais, os nossos familiares estão lá. Falo com meu marido todos os dias. Ele está sozinho agora. Parece que a situação o endureceu, mas sei que ele está triste. Ele sente falta dos filhos, sente a minha falta, sente falta da nossa vida juntos. Sinto falta dele, os nossos filhos sentem falta do pai. Criámos uma vida em família e de repente temos que fazer uma escolha que nos deixa sozinhos. Isto é difícil para todos, independentemente de ser homem ou mulher”.
"Os meus pais dizem para não me preocupar", diz Natalia, outra amiga de Viktoria. "Dizem que se acostumaram com o som de tiros, bombardeios e sirenes de ataques aéreos. A minha mãe diz que já não acorda com o som das sirenes. O que quer que aconteça é o meu destino e diz-me para cuidar bem dos seus netos".