Ana Godinho Responde
Em Portugal é realmente crítico que consigamos não só atrair jovens estrangeiros, mas também garantir que os nossos jovens que aqui estão fiquem e tenham oportunidades para uma vida plena.
O que eu penso que deve ser a área chave é, por um lado, assegurar que os jovens encontrem cá as condições para terem uma família, e por esta razão tenho-me concentrado muito nas formas de apoiar os jovens com famílias, as creches gratuitas são um bom exemplo. Portugal é um dos quatro países do mundo que tem creches gratuitas e este é um sinal para os jovens de que vale a pena ter filhos em Portugal e que o Estado os ajuda a evitar os custos associados às creches.
É também fundamental que nós, em Portugal, possamos dizer aos jovens que vale a pena trabalhar aqui, o que significa isto? Devemos também ter um mercado de trabalho que os valorize, que os empregue sem contratos de trabalho precários, que os valorize e que lhes pague bem, porque se não o fizer, os jovens de hoje podem optar por ir trabalhar para qualquer parte do mundo.
E assim, ou conseguimos dar este sinal ou os jovens escolhem, optam por outras soluções. O que estamos também a tentar fazer? Estamos a lançar um programa para que os jovens que decidam começar a trabalhar em Portugal, nos primeiros cinco anos de trabalho, tenham um regime fiscal diferente para que tenham mais rendimentos, ganhem mais e paguem menos impostos... e por isso este deve ser um compromisso de todos. As empresas têm de valorizar os jovens, o Estado também tem de, do ponto de vista fiscal, aliviar e reduzir os impostos sobre os rendimentos dos jovens para que possam começar a sua vida em Portugal.