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Maria João Leote de Carvalho é investigadora do CICS.NOVA, centro de investigação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Especialista em Educação e Grupos em Risco, doutorada em Sociologia e está ligada a inúmeros grupos de trabalho na área da justiça juvenil e, desde 2016, é membro cooptado para o Conselho Nacional da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ). Os seus interesses de investigação são: crianças e jovens em risco; direitos da criança; políticas públicas e justiça - proteção à infância e justiça juvenil, entre outros.
Lançámos-lhe três breves questões, que nos dizem muito sobre o seu trabalho e a sua relação com as Aldeias de Crianças SOS.
O meu primeiro contacto com as Aldeias de Crianças SOS ocorreu nos anos 1990, através do Filipe Matias (Amigo SOS, familiar de uma das fundadoras das Aldeias de Crianças SOS e atual membro suplente do Conselho Diretivo). Posteriormente, o interesse pela investigação na área da proteção à infância levou-me, naturalmente, a ir conhecendo melhor o trabalho realizado não só a nível nacional, mas também da rede internacional das Aldeias de Crianças SOS em diversos países. Mais recentemente, o convite para ser consultora no projeto PORTA (Promover Oportunidades de Reintegração e Transição para a Autonomia) e a relação então criada mantém-se.
O desafio de poder colaborar no desenvolvimento de uma resposta concreta a um problema de gestão complexa e tantas vezes subalternizado no sistema de promoção e proteção: o desenvolvimento da autonomia e transição para a vida adulta dos jovens em acolhimento residencial. Uma tarefa central na população das Casas das Aldeias de Crianças SOS, com uma forte presença de jovens com muitos anos de acolhimento e ausência de referências familiares. Este desafio não teria sido superado sem uma liderança e uma equipa de profissionais das Aldeias de Crianças SOS fortemente motivada para se colocar em causa, de forma a envolver jovens e adultos na construção de instrumentos inovadores que trazem um contributo essencial para melhorar a qualidade da intervenção. O prazer de trabalhar e aprender com uma equipa que nunca baixou os braços, que teve a necessidade de encontrar novos caminhos em tempos de pandemia, não se desviando do foco do projeto. Um trabalho que deixa uma marca significativa para possível replicação noutras Casas através de um conjunto de materiais que reforçaram também a ligação à rede internacional das Aldeias de Crianças SOS. Uma excelente oportunidade para novas aprendizagens e reflexão crítica.
Destaca-se a necessidade de uma intervenção técnica especializada, que respeite a centralidade do papel da criança ou jovem na definição do seu próprio projeto de vida.
A crescente complexidade dos casos entrados no sistema, especialmente em acolhimento residencial: jovens mais velhos, marcados por uma acumulação de experiências adversas e sucessivas rejeições desde a infância, sem redes de suporte e sem expectativas e sonhos para o seu futuro. Uma dura realidade que ganha maior visibilidade nesta quadra de Natal, mas que é o quotidiano de tantos e das Casas que os acolhem. Um conjunto de situações agravado pela pandemia cujos impactos se prolongarão por anos. Destaca-se, por isso, a necessidade de uma intervenção técnica especializada, que respeite a centralidade do papel da criança ou jovem na definição do seu próprio projeto de vida em detrimento da tradicional visão assistencialista que, mesmo com as melhores intenções, não tem mais sentido. A intervenção deve apenas acontecer quando estritamente necessário, de modo proporcional à situação de perigo identificada e pelo menor tempo possível visando a autonomia do jovem. A tudo isto acresce a reconfiguração das relações pessoais e dinâmicas sociais pelo entrecruzamento com os ambientes digitais e online que exigem aos profissionais novas competências e conhecimento.
Foto: Cortesia de © Leonardo Negrão / Global Imagens
Esta notícia foi publicada na Revista de novembro/2022
As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental.
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