Jorge Gato

// Fala sobre Família

Conversa com especialista

Jorge Gato

Breve nota curricular: 

Doutorado em Psicologia na Universidade do Porto, com uma tese sobre famílias formadas por pessoas LGBTQ+. É Terapeuta Sistémico e Familiar pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com Especialidade Avançada em Psicoterapia, pela OPP. Atualmente é Investigador no Centro de Psicologia da Universidade do Porto. Está convicto de que os/as psicólogos/as têm um papel imprescindível na sociedade contemporânea, quer a nível da promoção da mudança pessoal, quer da mudança social. Nesta medida, além do trabalho clínico e de investigação, intervém ativamente na defesa dos direitos humanos das pessoas LGBTQ+.

Um número crescente de pessoas LGBTQIA+ estão a formar família. Esta é efetivamente uma temática que tem ganho alguma visibilidade em Portugal, principalmente por via de alterações legislativas que passaram a proteger os vínculos existentes nestas famílias, a garantir a igualdade no acesso à adoção ou o acesso à procriação medicamente assistida para todas as mulheres, independentemente do seu estatuto relacional, da sua orientação sexual e das suas condições de fertilidade.

No entanto, sabemos que as pessoas LGBTQIA+ e as suas famílias continuam a enfrentar desconhecimento, preconceito e discriminação, nomeadamente em contextos tão importantes como a escola, os serviços de saúde ou em situações de apoio psicológico e social.

Nesta medida, várias organizações profissionais como a Academia Americana de Pediatria, a Associação Americana de Psicologia ou a Ordem dos Psicólogos Portugueses têm produzido diretrizes que, além de incluírem informação cientificamente validada sobre as famílias homoparentais, encorajam os seus membros a ser competentes nas suas intervenções junto destas pessoas. Estas chamadas “competências culturais” compreendem três aspetos: conhecimento (i.e., compreensão das trajetórias psicossociais dos/as clientes), técnica (i.e., desenvolvimento de intervenções sensíveis às necessidades específicas destas pessoas) e atitudes (i.e., capacidade de refletir acerca dos próprios enviesamentos, pressupostos e limitações enquanto técnico/a).

Relativamente a este último aspeto, quer as linhas orientadoras da APA, quer da OPP, encorajam os/as psicólogos/as a reconhecer de que forma as suas atitudes e o seu conhecimento sobre as pessoas com identidades sexuais e de género minorizadas podem influenciar a avaliação e a intervenção junto destas pessoas.

Idealmente, esta diretriz ética dever-se-ia estender, na nossa opinião, a todas as áreas de atuação psicossocial, que envolvam o trabalho com crianças, jovens, pessoas adultas, famílias e comunidades.

As Aldeias de Crianças SOS são a maior organização do mundo a apoiar crianças e jovens em perigo ou em risco de perder o cuidado parental.
 

Acredite num mundo onde todas as crianças crescem em amor e segurança. 

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